Todos diziam-se almas ameaçadas de extinção,
frustrados em suas gaiolas douradas enormes.
Diziam-se solitárias lamparinas de querosene
à mercê da sorte
que, em felicidade, livram-nos do mal
e, em azar, ventos furiosos sopram.
Deram-se as mãos e entoaram gritos de revolta mórbida
e sentaram-se à sombra de árvores que nunca plantaram.
Deliciaram-se com seus frutos pródigos
e jogaram os restos aos seus cães de guarda.
Coitados... cães não comem maçãs.
Seriam mais felizes se lhes dessem ossos.
Olharam-se nos espelhos dos cristalinos riachos à sua volta
e disseram-se (todos) únicos e excêntricos artistas e filósofos.
Ora ... suas caras lembravam cópias de um mesmo falso retrato
e suas falas lembravam sibilos de serpentes que beijam e cospem.
Todos venenosos, perigosos animais.
Todos (e todas) iguais.
frustrados em suas gaiolas douradas enormes.
Diziam-se solitárias lamparinas de querosene
à mercê da sorte
que, em felicidade, livram-nos do mal
e, em azar, ventos furiosos sopram.
Deram-se as mãos e entoaram gritos de revolta mórbida
e sentaram-se à sombra de árvores que nunca plantaram.
Deliciaram-se com seus frutos pródigos
e jogaram os restos aos seus cães de guarda.
Coitados... cães não comem maçãs.
Seriam mais felizes se lhes dessem ossos.
Olharam-se nos espelhos dos cristalinos riachos à sua volta
e disseram-se (todos) únicos e excêntricos artistas e filósofos.
Ora ... suas caras lembravam cópias de um mesmo falso retrato
e suas falas lembravam sibilos de serpentes que beijam e cospem.
Todos venenosos, perigosos animais.
Todos (e todas) iguais.