DAS TREVAS AO RENASCIMENTO
A face reclusa nas sombras
Projeta-se no outro, reflexo,
Dá luz ao envelhecido espelho
Vacilante, tímido sonho...
Imagem trêmula de velas.
Séculos trespassam o corpo
E libertam o rosto no tempo
Sangrado em tinto vinho
Outonais segredos se revelam
Na melodia barroca do desejo.
Sem limites a linguagem
Rompe o anoitecer das horas
Com a claridade de um poema
Escrito com as longas penas
Ponteiros perenes do relógio.
Nostálgicos renascimentos
Sussurram nas clausuras
Dos entrecortados pensamentos
E libertam um sopro
Musical, poético, eterno...