ERRANTE
Como vulto negro apareço e vou surgindo
Contemplo minha alma em lenta agonia
Delineio minha imaginação com melancolia
Lúgubre silêncio através da morte
Como o cântico dos anjos ao sabor da fúria
A palavra se cala, o corpo enverga
As forças se consomem, o mundo se abala
Como homem no firmamento, na esperança de ser Deus
No abismo da profunda melancolia
O pranto se mistura a luz
De todo sangue verte a glória
E da cruz se edifica a vitória
Emana a profunda chaga da tradição
Rompe-se o tênue véu de um olhar
Descortinando o corpo do templo do céu
Deita o homem na terra do aniquilamento