Rio da memória
Os olhos fecho, nas águas muitas do rio da memória, vejo
Á deriva no leito uma infinidade de insatisfeitos desejos
Orgasmos fingidos se afogam abraçados a beijos alheios
Remam inconsoláveis os fantasmas de amores-perfeitos
Dependurados ás margens da lâmina dágua de horrores
Samambaias abarrotadas de tristezas e avencas de dores
Nas águas muitas que correm o rio da memória
Navegam sem amarras o abandono e a solidão