Sobrevivente

Virei poeira de deus

Escamas, fastio

Visitei memórias em seus quartos

Cobri corpos

Apaguei as luzes

Fechei portas,

Segura

Consertei treliças que rangiam vozes

Volto ao meu naufrágio na varanda

Norteiam-me apenas

Ursas, órion e cassiopéia

O céu é puro ocaso, fundo opaco,

Entre tanto obstáculo

meu batel tem asas e tentáculos

Porque vivo sempre a beira de abismos.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 14/08/2006
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