DE nós!
Ao toque simples em teu braço
Senti seus pelos erigecerem
Mas não virou o rosto
O toque era pequeno, quase lúdico
O salão envolvida em conversas
Rodava pelos sons das taças
Quase me apagando, divisei outra taça
Busquei alcança-la e novamente te toquei
Senti o arrepio dos pelos
E vi seu olhar em fogo intenso
Sem alarde, apenas um sorriso, um "oi",
Minha cara em brasa refletia
Mas seus olhos me devoravam
Segui seus pensamentos e caminhei
Feito automato, irônico lance
Uma outra porta encontrei
A gravata que sufocava, tirei às pressas
Maldito botão da camisa
Ah! uma janela, para abrir e ver a Lua
Bendita taça, pena que já vazia
Um suave caminhar passa pela porta
De relance, apenas duas taças
E você com um sorriso ardente
Ah! que noite, fechando a porta
Da taça oferecida, mais um toque
Minhas mãos, de tão aquosas, mal segurava a tal
Mas seu perfume me pos em delírio
Do pequeno brinde, uma virada seca
Tomei em meus braços para sorver um beijo
Grande batalha travamos ali
Língua à língua, incessante
Mal conseguimos dispor das taças
Para ater minha mão em suas ancas
E tirar o seu primeiro gemido
Outro beijo na auréola do seu seio
Seus gemidos se multiplicaram
A pequena mesa que tudo suportava
Extendi seu corpo alvo e quase nua
Beijei seus seios, seu ventre
E toda a extensão de sua gruta
Como uma sinfônica, em belo dueto
Extrair todas as notes em gemidos
Ávidos gemidos, incandescentes gozos
Uma pausa para lhe trazer o fôlego
Desarvorei-me do restante das roupas
Para galgar-te de todas as formas
Ao rés do chão da fina sala
Corpos colados, em arpejos alados
Entregamos todo o vasto teso
A porta se abriu, novamente
E à vista, só nossas roupas
Ainda aninhados, trocamos novas carícias
Esperei você levantar e sair
Me troquei em seguida e fiquei na janela
Quem sabe ela volte com mais duas taças!
Peixão89
Mais uma participação em um ensaio com ao amigos poetas:
ELE © Ângela Lara
ELA © Pablo Nykcaht
Nós © Vanderli Medeiros