O OLHAR CIRCUNSTÂNCIAL DA MORTE

A primeira vez que olhei para a morte

Achei-a indiferente,

Tão quieta,dormindo,

Que nem tive ânsias de medo.

Depois vi-a novamente e tive medo

(Talvez por um olho de vidro)

Não dormia com luzes apagadas,

Não dizia alto a palavra morta.

Hoje vejo a morte sem surpresas,

Vejo-a como um abandono,

Um sono pesado e calmo.

Hoje vejo como antigamente,

Apenas uma tristeza em saber

Que olhar para a morte é não ver.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 25/03/2010
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