FINGIMENTO
Quem sabe a gente
finge que é outro dia
e enche o cântaro
com palavras de ninar.
Quem sabe a gente
desalinha o tempo
e conta outra história
sem tantos parágrafos.
Quem sabe a gente
cobre a dor com metáforas
e deita-se na grama
para ver estrelas.
Quem sabe a gente
corteja a palavra
e vira escudeiro
de um poema_vida.
Fátima Mota