Chronos ceifa o espelho

Onde morreram nossas idéias?

Onde ficou o quê eu acreditei?

O universo tomado por você

E nosso castelo sem cartas

Mais parado do que pedra

Estou eu.

Como o curso das águas que muda

Traz o vento da renovação

Faz queimar a rocha

A queda do trovão

Chronos tudo ceifa

O futuro, o passado

E até o presente

Não se sente mais

Como sendo seu

Porque?

Porque a mudança

É própria da existência

Não é ?

Crie

Refaça

Reinvente

Renasça

É você?

Porque cair

Até as montanhas caem

Mas nada

Permaneçe no chão

Reergam-se as portas

Reabram-se as cortinas

O narrador do circo

Avisa a platéia

Já é hora

Do próximo número

O espetáculo há de continuar

Sai o palhaço,

Que entre o comediante...

Porque se o mesmo homem

Não há de se banhar mesmo rio

Foi porque Chronos

Majestoso, Impiedoso

Tem mais lembranças em sua foice

Do que qualquer um de nos

Poderá imaginar

O crepúsculo emerge belo

Apenas jogue um pouco mais

De vermelho

Neste quadro

E assim como a maçã

Ele se simbolizará

Eternizado

Embaralhemos as cartas

É um novo jogo.

Oito
Enviado por Oito em 23/03/2010
Código do texto: T2155508