Chronos ceifa o espelho
Onde morreram nossas idéias?
Onde ficou o quê eu acreditei?
O universo tomado por você
E nosso castelo sem cartas
Mais parado do que pedra
Estou eu.
Como o curso das águas que muda
Traz o vento da renovação
Faz queimar a rocha
A queda do trovão
Chronos tudo ceifa
O futuro, o passado
E até o presente
Não se sente mais
Como sendo seu
Porque?
Porque a mudança
É própria da existência
Não é ?
Crie
Refaça
Reinvente
Renasça
É você?
Porque cair
Até as montanhas caem
Mas nada
Permaneçe no chão
Reergam-se as portas
Reabram-se as cortinas
O narrador do circo
Avisa a platéia
Já é hora
Do próximo número
O espetáculo há de continuar
Sai o palhaço,
Que entre o comediante...
Porque se o mesmo homem
Não há de se banhar mesmo rio
Foi porque Chronos
Majestoso, Impiedoso
Tem mais lembranças em sua foice
Do que qualquer um de nos
Poderá imaginar
O crepúsculo emerge belo
Apenas jogue um pouco mais
De vermelho
Neste quadro
E assim como a maçã
Ele se simbolizará
Eternizado
Embaralhemos as cartas
É um novo jogo.