Linear

Há um vazio infinito nos intermédios da minh’alma

Que é um vácuo doloroso que engole minhas entranhas,

Feito bicho

E sendo assim, devorado e dilacerado, não há negaças que me enganem

Os olhos

Ou me acalantem a alma.

Põe-se a chorar o corpo,

Feito homem,

Põe-se a correr o peito.

É como uma sombra dividindo o leito e a noite

Repartindo o cerne da noite!

Que é quase a solidão deitando

Sobre teus seios

Da alvura do lume que irriga o quarto

E inunda os olhos.

Há um vazio!

Um vão quase imperceptível,

Que de tão discreto, quase não é,

Quase um engodo.

Que é como uma febre que não se sabe,

Um câncer que não se sabe,

Um amor que não se sabe,

Uma linha que não se sabe gente

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 23/03/2010
Código do texto: T2155250