PROESIA
tocou-me, na veia, a escrita;
dela
– de causos a histórias magníficas –
também outros povos, também outras línguas, também outras prosas;
homens em carne viva
– em sal, açúcar e essência! –
na veia,
tocou-me a escrita;
e
– além da vontade incontrolável de me ver oposto –
fiz-me onisciente, fiz-me ubíquo:
finji-me Criador!...
eis que,
de repente,
quando, entre uma história e outra, gestos àtonam,
como se em uma ginástica de palavras,
letras rebeldes – amotinadas –
ganham versos!...
– escapulidas, têm sentido! –:
é poesia!...
tocou-me, na veia, a vida!...