Conclusão
Não tenho sido que sou
Quem cunhei ou tracejei para mim
Tácita, apreendo à compreensão
Do rascunho em que hora me esboço
Parte daquilo que edito e ilustro
Dentro do que de mais real se profere em meu ser
Vejo-me num outro e disperso contexto
Inter textos de outras eras além
E nessa ironia tão ínfima em que
Meus dias se desvendam agora
Sigo meio sem guia, bússola desconexa
Uma poeira na mesma estrada sem fim
Ora entristecida e às vezes só
Aprendi com os meus oportunos desafios
A andar num compasso mais cadenciado
Ter menos sede, correr menos
E conseqüentemente, a esperar menos
De mim mesma e de outrem
E menos padecido, porém
O tempo não redime e em paga
Leva-nos o alento, a destreza
o tormento e vontade do reinicio
De tempos em tempos dou-me um basta
E deixo-me levar um pouquinho
A outros sonhos outras brisas, a alguém
Pessoas que nem presumem poder me ajudar
Tornam-me tanto mais compreensiva de mim mesma
Que repentinamente desando a reviver
Se me vejo em outros textos
Pequenos motes de outros poemas
Tendo sempre a crescer
Ainda que volte ao versado recomeço
Embora mais atinada e segura de mim,
Tanto mais compreensiva do quão perto
Já estou de mim mesma
Esse ser tão estranho
Em processo de descoberta