Goteira da saudade
Toc toc
Toc toc
Não para de gotejar
A saudade insistente
Que teima em me assolar
Toc toc
Toc toc
Persiste essa goteira
Acanha-me, sobremaneira,
A saudade me ocupar
Toc toc
Toc toc
Pinga constante a saudade
E tudo em mim ela invade
Sem dó e sem piedade
Encharca até quase afogar...
Toc toc
Toc toc
Pingueira obstinada
Que me deixa saturada
De tanta saudade juntar
Toc toc
Toc toc
Pinga aqui e ali
Pingos que pingam em si
Até a saudade pingar
Toc toc
Toc toc
Persistente o toque insiste
Num ritual que consiste
Em fazer de forma triste
A saudade gotejar
Toc toc
Toc toc
Som que judia demais
Entoando tantos ais
De uma saudade sem par
Toc toc
Toc toc
Me doem os pingos caindo
O coração resistindo
Para não despedaçar
Toc toc
Toc toc
Assim não vou suportar
Tanto pingo a pingar
Saudade em profusão
Toc toc
Toc toc
Goteira que me intimida
Deixando minha alma ferida
Enfraquecendo a vontade
Sem opção, nem saída
Gotejando mais saudade!
Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas