Pai

Pai,

Seu fruto deseja

A consciência madura,

a vida regenerada,

O nascer de um ideal

O seu amor é tanto

Que tanto te quero bem

Cresci no tempo,

Longe dos teus braços

Mas o seu era e é

O maior afago

Minhas palavras

Saem da tua boca

A força que ainda procuro

Mora contigo, vem e me visita,

A fé na vida

Que em ti descubro

Os seus erros, que são tantos

Previne-me da dor, dos prantos,

Que a vida insinuante

Quer me dar

O seu passado, assim,

É a glória do meu futuro

É a dor não sentida

E alegria cedida

À sua alma paterna

Herdei de ti tantos poderes

Sou gene de fé entrelaçado

Com esperança

Homem forte e alma

De criança

E um tanto sentimental

Seu dom natural

De dar vida a eles em versos

Que se dispersou

Em minhas veias

Sua mão em meus ombros

Suas palavras repetidas

Seu sorriso discreto e sincero

Sua saudade declarada

No seu abraço

Nossas conversas madrugueiras

Sobre vida e sonhos

Passado e futuro,

Presente acima de tudo

Falamos de semanas inteiras

Que a distância não conta

Se sou razão da sua existência

Você é emoção, é essência.

Do meu viver

Você é história,

É luta, labuta,

É esperança viva

É glória convalescida

Dos turvos caminhos da vida

Você é meu exemplo vivo

De tudo que tenho e quero ter

Paz, alegria e ser

E eterno aprendiz

Em sua sabedoria.

Daniel Pinheiro Lima Couto

21/05/06