Ecos no Caminho
Ecos de desâmino
Reverberam pelas paredes do tédio
Sufocada em meio ao nada
O silêncio é o pior dos ruídos
Que atormentam uma mente já perturbada
Parada em frente a uma estrada sem fim
Que pensando melhor também não teve começo
Pedaços de caos unidos para formar um caminho
Que já se destruía no meio da jornada
Os sonhos jogados em meio às ervas daninhas
Que decoram a margem da estrada
Seus espinhos sufocam sem dó
Cada uma de minhas quimeras
Uma vida que ansiou por muito
E hoje sua alma compartilha da poeira
Que gruda involuntariamente nas sandálias dos passantes
Uma vida que poderia ter dado certo
Mas pegou o caminho errado
Em alguma bifurcação mal sinalizada
E nunca mais se encontrou
O desespero poderia tomar conta da estrada deserta
Mas a indiferença marcou território primeiro
Cada suspiro era um martírio
Hoje, apenas um último eco de vida
Cuja dor não pode mais ser sentida
Fantasmas não podem sentir dor
Mesmo que seus corações ainda batam
Suas vidas não passam de ecos
Cobertods por lençóis brancos feitos de nada
E que te levam para o nada
Partindo do nada
Porque nada é tudo o que eles têm
Ainda escuto um eco distante na estrada
Que me assustaria se não estivesse anestesiada
Pela sensação de irrealidade
Um eco que dizia claramente
"Eu ainda tinha motivos para viver"
Por que a estrada tinha que acabar ali?