Lamentações de uma alma
Um coração chora em silêncio.
Minh’alma pede retorno ao seu mundo.
Meus olhos inundados,
lágrimas gélidas e intermináveis.
Semblante sem a candura
de um meninote cheio de vida.
Perder, desaparecer,
não há como distanciar
a dor da saudade,
a ausência da presença,
o medo,
o fim.
Rogo-lhe Deus,
ouça-me um instante,
um pedido sufocado de meus lábios,
de meu espírito,
corrompido pela amargura.
A luz se apagou,
restou o eco de uma luz.
O ser
que em meu corpo vivia
se tornou cinza,
agradecer,
pelo o quê?
Ouvir a última canção,
sentir no peito pulsar algo
que há tempos parou,
gritar
por socorro
àqueles que não querem me ouvir.
Suplicar um desejo,
profano.
A noite cobre os olhos.
Como voltar a felicidade da infância?
Perfume adocicado de flores.
Claridade intensificada.
Um adeus.