Lamentações de uma alma

Um coração chora em silêncio.

Minh’alma pede retorno ao seu mundo.

Meus olhos inundados,

lágrimas gélidas e intermináveis.

Semblante sem a candura

de um meninote cheio de vida.

Perder, desaparecer,

não há como distanciar

a dor da saudade,

a ausência da presença,

o medo,

o fim.

Rogo-lhe Deus,

ouça-me um instante,

um pedido sufocado de meus lábios,

de meu espírito,

corrompido pela amargura.

A luz se apagou,

restou o eco de uma luz.

O ser

que em meu corpo vivia

se tornou cinza,

agradecer,

pelo o quê?

Ouvir a última canção,

sentir no peito pulsar algo

que há tempos parou,

gritar

por socorro

àqueles que não querem me ouvir.

Suplicar um desejo,

profano.

A noite cobre os olhos.

Como voltar a felicidade da infância?

Perfume adocicado de flores.

Claridade intensificada.

Um adeus.

Bruno R Santos
Enviado por Bruno R Santos em 21/03/2010
Código do texto: T2151168
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