SOB NEBLINA

Olho, longe

atrás daquelas casas

que quase posso tocar

o céu está branco

um cinza tão branco

o mais branco

que o céu poderia estar

Longe, um ônibus estacionado

parado naquele lugar

longe do meu toque

mas perto do meu sentimento

de viagem, de gente

de gente que está animada

cheia de alma...

Olho, longe,

por trás de seu sorriso

vem seu amor lindo.

Amor lindo, sem igual

sem equivalência

nesse peito tão amado...

Ama-me, alenta-me

em seu amor-perfeito.

Em minhas mãos, minha pele

tens o que há de comer

toda a minha terra

que neste corpo há de morrer

Amor-perfeito que aflora

e viaja por rodas viárias

pelas faixas intermitentes

que brilham sob a neblina.