Memórias
Tudo o que vivi me pertence.
Mesmo que haja vestígios recortados de dor,
ainda assim me pertence e eu não abro mão de cada detalhe.
É assim, numa infinidade de recortes, tão elaborados em entalhe,
fazem valer os vazios que com sorrisos preencho...
Nunca esmoreci diante do difícil e às vezes desdobrei o impossível,
nos limites da euforia que me traziam as novidades.
O que é a saudade, diante do que já foi depositado em meu coração?
Quando me distraio com as lembranças, ao ponto de interromper uma leitura deitando o livro no colo, penso em amadurecimento...de uma vida tão disposta ao sentimento quanto a praia ao mar...
Às vezes me sinto um arquivo vivo, onde vez ou outra puxo uma pasta no armário da memória e me divirto, revivendo amores, sangrando algumas dores e sentindo os mesmo sabores de um gosto que foi tão bom...