ALMA DE SONETO
Quem mora em mim é a solidão da estrada
O noturno negror das matas
A lua em cinzentos vestidos envolvida
A chuva nos cumes das montanhas mais altas
Quem mora em mim é algo de que não sabes
O silêncio das profundezas dos mares
Quem mora em mim é o mais triste dos olhares
Em mim o fantasma de um navio
Perdido em círculos anos a fio
Quem mora em mim é o segredo de um rio
Dentro em mim chora uma mulher que não aceitou ainda
Essa angústia a sufocar o peito
Essa dor que não se finda