Andares
A poeira invade minha expiração,
percorro dois andares de mim.
O ar me falta, os degraus elevam-se.
Tento correr, a lentidão
me acompanha,
posso fugir pela noite incomum
mas as coisas e seus medos me encontram.
Em silêncio nas gaiolas de vidro,
permaneço muda,
enquanto me gritam,
o que me falta, o que não preciso.
Inicío do fim
para amanhecer mais cedo.
Sem cansaço algo me segue,
quer me alcançar.
A poeira invade minha inspiração,
todos os andares meus,
me percorrem, devagar.