Profundidade
Em obscura noite acertou-me o peito um punhal,
Transpassou-me uma lâmina afiada
Causando-me insuportável dor
que me extinguiu as forças,
Tirou-me a razão, lançando-me na escuridão
Junto à saudade
Saudade que nunca cessa e leva-me à profundidade
De um abismo onde apenas encontro lembranças
De um tempo que se foi em tenebrosa escuridão
agora encontro-me neste abismo brutal em que tudo se perdeu...
Tamanha é a profundidade que
Talvez não encontre o fim...
Porém derramo-me dentro dela obstinadamente em
busca de mim, desejo desatar a mim mesma,
Encontrar-me onde me perdi, onde me deixei, onde me
Esqueci...
Obrigada por tão bela interação, caro poeta!
Tão profunda és, alma pura,
fala e age com a razão,
tal e qual a rosa púrpura,
enfeita o sol com clarão,
com o seu sorriso cura,
a dor da desilusão.
(Renato Lima)