QUATRO PORTAS
E porque a dor era tanta
e o abandono
entalava na garganta,
abri a porta do sono
e adormeci.
Desperta, ainda doía.
O coração ferido sofria...
Abri a porta do olvido
e num canto vazio
a dor esqueci.
O tempo passou
e a dor não curou...
A porta da loucura abri.
Na insana fantasia,
poema de amor teci.
A dor permanece.
À deriva da sorte,
quem sabe me esquece
quando à porta da morte
eu assentir: sucumbi.
Lina Meirelles
Rio, 18.03.10