BRISA QUE PASSOU
Sou vôo matutino
buscando equilíbrio no espaço.
Tinha a vida vazia
nos caminhos sem compasso.
Fui fera ferida
na selva de pedra sem garras,
fui seresteiro solitário
igual a uma cigarra
sem produzir nada.
Sou o retorno sem frutos
e sem mágoa,
trago comigo a semente
e a gota de orvalho
para plantar o viver.
Agora sou um pássaro maduro
acordado para o futuro.