Passos perdidos...
Vagueio...
Busco nas horas mortas
dos dias sombrios
os ecos do tempo
e as palavras desavindas
dos encontros convulsivos
quando os olhos fechados
adivinhavam a luz
e as mãos tacteando
descobriam o caminho
para o amor.
Os pássaros azuis
procriavam nos beirais
e nos ramos dos salgueiros
da beira rio!
Zumbiam folhas secas
amarelas do Outono
nos cantos vazios das ruelas
onde os gatos se entediavam!
Morria no suspiro
dum adeus imprevisto
o sorriso largo que iluminava
os teus lábios e os olhos verde água!
E as ruas largas
onde consumiamos o tempo
na pressa de chegar ao sonho
ficavam vazias
sempre que dávamos as mãos
para que os nossos corações
se encontrassem sem medo
dos olhares circundantes
transfegando a paixão.
Ficaram lágrimas por chorar...
Beijos cairam no áspero chão
desejando labios de morango
e amora silvestre...
E nas esquinas do silêncio
e da espera
restam ainda os passos perdidos
que jamais encontraram o destino!
Tu sabes porquê,
como eu também sei!
Em 17.Mar.2010, pelas 22h30
PC