O sentido da vida
A vida é uma estrada de sonhos despedaçados
De flores mortas e promessas desfeitas
Ai, esperança desesperançada!
Que dilacera o peito nessas noites insones!
Que a morte cubra com o seu véu o luar
O doce luar que se esparrama pelo céu
E que ilumina a sinfonia de estrelas
Com luzes fortes e fracas, notas, tons e semitons.
Mil coisas, mil caminhos, mil bifurcações...
Duas vezes mil vezes um milhão
Que o nosso destino não seja o filho
Do Acaso com a Sorte!
Que tudo o que morra renasça
E germine nesta terra alagada
Que o solo de nossos corações não endureça
Nunca, pelas lágrimas que nos faltam
Que o choro preso na garganta
Seja para vós suficiente demonstração
De nossos sentimentos!
Que o medo que nos paralisa,
Esse frio na espinha,
Parta já daqui e me deixe quieto!
Ah, bela Madrugada, jamais se vá!
Ah, lindo Amanhã, quando chega?
Não vou rezar antes de dormir
Minha prece é o que faço
E se o meu fazer me define,
Não há lugar para Deus
No coração de um homem livre!
Coragem, não me abandone,
Não me negue sua força e seu abraço,
Fique comigo nas horas de desespero
E fira meus inimigos como uma adaga!
Aquele que vive com coragem não é um,
É uma legião!
Que os céus me ouçam,
Mesmo sem ninguém pra ouvir.
E se tudo nasce para que um dia se acabe,
Que não seja tudo em vão,
Que não seja sem propósito,
Que não seja ao acaso,
Que seja uma vida de significado!