Eu sou este rasgo de palavras
Essa feria aberta que revela seus segredos
Mas que os esconde sob o olhar fulminante do silêncio
Que diz, no fundo, sinceramente: deixem-me!
Não me toquem! Não me tomem!
Quero ser muito mais que um homem
Deixem-me em meu caminho tortuoso
Afastar-me da humanidade
Que a humanidade anda perdida
Seus jogos são guerras
Sua sina é destruição
Suas luzes são trevas
E minhas luzes deixam cegos
Aqueles que não podem ver, nunca viram nem nunca verão
Que nesse rasgo de palavras há um pouco, muito pouco
Dessas coisas lindas que nunca existirão

Não me meçam, não me pesem
Não me levem em seus devaneios
Meus devaneios vou digerir feito pura realidade
A verdade não é o fim nem o começo
A verdade é o meio
E sonho suas verdades
Enquanto vivem minhas ilusões
Por ser poeta, talvez...
E a humanidade é coisa nenhuma
No que somos a mesma coisa
Tenho o que precisam
Preciso do que têm
Assim como a luz não é luz sem a treva
Assim como não há treva sem luz...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 16/03/2010
Reeditado em 28/08/2021
Código do texto: T2142700
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