As lâminas...

As palavras cortam.. Assegurados os ditos... Nem eu mesma acredito.
Ouço o silêncio, prefiro... Ouço as pétalas... Adianto-me ao fim.

Essas palavras quentes... Movimentam apenas uma parte de mim...
Um lado involuntário... Totalmente atordido na pele...
Laços e fitas que são descartados pelos ombros.

Atei as cores, na paleta laminada... Fiz planos... Rasgos e riscos...
Escuta... Ainda é tarde... Cedo... Já nem sei! Falho engano esse nosso.

Essas palavras aflitas... Ou mistas... Já não desejo... Ledo caminho... Insano.
Meu corpo em veneno... Em pote envenenado... Em minha dança escorpiana...
Leves e lentos são os pensamentos, nessa hora...

Movas-me para as tuas estradas... Mas, não derrubes os meus passos seletos...
Que dia! De espetáculo... De guinada... De asfalto...

A palheta toca o meu ouvido... E dizes que me amas... Se eu não acreditar, seria louca...


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