A Insustentável Leveza do Sentir

Mira o sentir em profundo olhar

Na proximidade de auras que se tocam,

Há energias que se fundem

E corpos que aquecem

Libertam em gestos que ascendem

As mãos que desnudam os senões

Poros intumescidos respondem nitidamente

Em pelos eriçados e rendidos a flor da pele

Na magia de indescritíveis sensações

Sucumbem a sutileza de toques

Contornos acalmam as expressões sob os dedos

Um sorriso entreabre-se em sussurros

Desperta a magia sonhada

É tanto o mistério neste desvendar

Desejos úmidos brilham nos lábios

E olhares encerram-se sob o enlevo

Nítida a imagem desponta

E percorre do sangue ardente

A intimidade em alvoroço aflora

Imaginação que fertiliza os campos semeados

Simplesmente corpos que explodem

E adiados de paixões derretem em troca

Há um corpo que grita o desejo

E um outro que sintetiza a resposta

Caminhos se abrem à revelia

De botões que saltam

Nas pontas dos dedos

Palavras molhadas sucumbem aos beijos

Suor de vozes que se mesclam

Num coro ímpar de paixão

Ritmos alucinantes embalam os gestos

A pele, a cor, os sabores, acordes do momento

E tudo a roçar, e tudo a clamar

Por corpos que se unem despudorados

No calor de beijos entontecidos

A dar o sim a sede que diz não