POR SEUS MONTES
POR SEUS MONTES
Delicados montes...
Que a luz roça forte...
Nos bicos em cone...
Que o frio corta...
Numa chuva inundante...
E que a boca morde...
Suga loucamente...
Os dois bicos rijos...
Destes montes fartos...
De delicada imagem...
Podem ser seios de mãe...
De mulher ou de puta...
Que amamentam e sustentam...
Essa cria desvairada...
Seios de amor ou de pudor...
Mas sempre em poema...
Seios de força, de moça...
De métrica meretriz...
Doce encanto em formas cônicas...
Que me põe por um triz...
Vontade de tira tudo...
De atirar-me no mundo...
Quando põem eles a mesa...
Deixar ao encaixe da boca...
Rodar nos mamilos francos...
Pelos lados, pelos flancos...
Suave mulher, madrinha...
Doce puta, rainha...
Quero seu todo na minha...
Pra pensar que são meus...
Os teus encantos...