AOS HOMENS E AOS DEUSES, A GLORIA É FINITA E A MORTE, CERTEIRA
Aqueles que zombam, eu declaro
O tudo será nada, diante da força
Diante da perseverança indômita
Do que chamam guerreiro escarlate
Toda a gloria é insensata
Toda vaidade, é torta
Toda beleza é morta
Fingidora é a certeza
Da vitória anunciada
Pensam que aos seus pés,
Os tapetes vermelhos
Dar-lhe-ão sustentação,
Temerário alicerce
Não é o sonho da vitória certa
Nem tão pouco, as medalhas douradas
Que farão herói, o tolo engodo
É mais, é simples, é menos
A empreitada pedregosa e dorida
A tempera regada a lágrima e suor
O torpor cadente do corpo que não cai
Olhar ardente da febre indomada
É a caminhada que faz o destino
A sujeira que faz o menino
Do menino, joelho esfolado
Que se faz o homem
Cante hinos de louvor aos deuses
Dance sob o fogo da alegria passageira
Adorne o corpo com júbilos e gargalhadas
Durma o sono dos poderosos efêmeros
Mas não se iluda com a aurora rubra
Horizonte fumegante e quente
Pois toda a batalha termina
Quando a nova começa.