A Queda Da Arrogância

Certa noite

Percorrendo um vale escuro

Este famoso ser oculto

Veio num corpo tropeçar

Volvendo os olhos para o lado

Percebe um vulto enorme

E pareceu-lhe que toda a sorte

Ousou, no momento, escapar

O ser gigante

Despertando para o susto

Tão igualmente veria um vulto

Qual intentou perguntar:

- De que provém este pequeno ser

que do meu pouco sono vem me tirar?

- EU ME CHAMO HOMEM

IRMÃO DA NATUREZA

E FILHO DO ACASO

- ONDE PISO, NASCE O TRIGO

E A MINHA FRENTE, SÓ HÁ UM CAMINHO:

ESSE QUE PONHO A TRILHAR

- MEU OLHAR SEDUZ COMO OPALAS

MINHA VOZ ENTORPECE QUAL MORFINA

A PELE REFLETE LUZ DIVINA

QUE VIL SOMBRA CEGARIA A ME OLHAR

- SE A ANTEMANHÃ ANSEIA O DIA

É POR MINHA BELEZA CONTEMPLAR

E SE AO OCASO O SOL SE DEITA

É PARA O MAIOR DOS GUERREIROS DESCANSAR

- AO PASSO DO DIA

DOU VIDA AO QUE FOI ESTÉRIL

ONDE CRAVO A MINHA ESPADA

EDIFICO MEU IMPÉRIO

- MAS, QUE GRANDE PEQUENA ÁRVORE É ESSA

QUE ME LANÇA RAÍZES NA SOLA E PROFERE-ME VITUPÉRIOS?

- Saibas, meu pequeno

Que se cativas o meu império

És então a minha sorte

Tenho a idade do tempo

Os que temem, me chamam de morte

- Se caminho como a chuva

Onde piso nasce o homem

No teu fim, me verás amanhã

Como já viste ontem

- E quanta altivez para um reles átomo

Saiba que em tua vida sou o horizonte

És tão estúpido para não veres

Que não tropeças em raízes, mas sim em montes!

- Em verdade, digo- lhe

Se te achas eterno

Antes que contornes estes vales

Terás jazendo comigo...

... ETERNAMENTE NO INFERNO.

LANÇAROTT

lançarott
Enviado por lançarott em 15/03/2010
Reeditado em 15/03/2010
Código do texto: T2140560