A Queda Da Arrogância
Certa noite
Percorrendo um vale escuro
Este famoso ser oculto
Veio num corpo tropeçar
Volvendo os olhos para o lado
Percebe um vulto enorme
E pareceu-lhe que toda a sorte
Ousou, no momento, escapar
O ser gigante
Despertando para o susto
Tão igualmente veria um vulto
Qual intentou perguntar:
- De que provém este pequeno ser
que do meu pouco sono vem me tirar?
- EU ME CHAMO HOMEM
IRMÃO DA NATUREZA
E FILHO DO ACASO
- ONDE PISO, NASCE O TRIGO
E A MINHA FRENTE, SÓ HÁ UM CAMINHO:
ESSE QUE PONHO A TRILHAR
- MEU OLHAR SEDUZ COMO OPALAS
MINHA VOZ ENTORPECE QUAL MORFINA
A PELE REFLETE LUZ DIVINA
QUE VIL SOMBRA CEGARIA A ME OLHAR
- SE A ANTEMANHÃ ANSEIA O DIA
É POR MINHA BELEZA CONTEMPLAR
E SE AO OCASO O SOL SE DEITA
É PARA O MAIOR DOS GUERREIROS DESCANSAR
- AO PASSO DO DIA
DOU VIDA AO QUE FOI ESTÉRIL
ONDE CRAVO A MINHA ESPADA
EDIFICO MEU IMPÉRIO
- MAS, QUE GRANDE PEQUENA ÁRVORE É ESSA
QUE ME LANÇA RAÍZES NA SOLA E PROFERE-ME VITUPÉRIOS?
- Saibas, meu pequeno
Que se cativas o meu império
És então a minha sorte
Tenho a idade do tempo
Os que temem, me chamam de morte
- Se caminho como a chuva
Onde piso nasce o homem
No teu fim, me verás amanhã
Como já viste ontem
- E quanta altivez para um reles átomo
Saiba que em tua vida sou o horizonte
És tão estúpido para não veres
Que não tropeças em raízes, mas sim em montes!
- Em verdade, digo- lhe
Se te achas eterno
Antes que contornes estes vales
Terás jazendo comigo...
... ETERNAMENTE NO INFERNO.
LANÇAROTT