A espera

Sempre quando passo pela ponte

Observo no horizonte

O silencio da fonte

As águas guardam as canoas silenciosas

Em suas entranhas generosas

E suas margens esperançosas

Tudo calmo sem nenhum pescador

O vento sopra seu vapor

Na direção da canoa sem remador

A solidão tem gosto de esperança

Como uma prece sincera de criança

A pedir por alegria e mudança

As canoas estão à espera de seus senhores

Homens corajosos e desbravadores

Que instigam as águas e seus temores

Esperam com ansiedade gritante

Sua madeira ser levada adiante

Galopando por algum lugar distante

Libertas da apagada e triste quietude

Para poderem cruzar as rampas da magnitude

E gozarem felizes a mudança de altitude

Estão à espera de serem levadas pelos remos

De atravessarem toda sorte de extremos

Para enfim conquistarem os desafios supremos