RIO

Engasgo alma, palavras e lágrimas

Do rio em sua nascente

Para que cachoeiras não sonhe

Nem o permitirei chegar à foz

Fecho as comportas

Prende-o pesada porta

Sorvem tuas águas o chão e o sol

Resta-lhe o leito esturricado

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TODA A HONRA DA PARTICIPAÇÃO BRILHANTE DO SARGENTO JORGE LUIZ DA SILVA ALVES. CONTINÊNCIAS, MEU GENERAL, SINTA-SE PROMOVIDO.

"Cansada por tantas contendas tectônicas de milhões de anos contra as quaternárias irmãs - cristalinas em viçoso encadeamento numa imensa arena cingida em ferro e gemas cintilantes - , a Canastra parou; assentando-se, em definitivo, sobre uma ondulante pasmaceira arqueana, decidira, em testamento traduzível nas rochas e vertedouros, legar o sêmem de sua natureza indômita ao irrequieto planetóide azulado em forma de copioso lacrimejar; a partir daí, o pranto da serra edificaria os arredores inóspitos com verdejantes camadas de vida - a mesma que se sublevara contra o invólucro ferroso e, transparente e sinuosa, transportaria esperança a futuros ribeirinhos, abençoaria uniões, produziria energia e espetáculos grandiosos em cascatas magníficas, abasteceria açudes, faria fortunas (legais e ilegais), conduziria espíritos em forma de carrancas, saciaria descamisados, até o majestoso copular com o oceano. Mas, isso tudo, é uma outra história..." - O LEGADO DA SERRA (SÃO FRANCISCO), texto do meu livro "Viagens e Delírios"; lendo teu poema, amada Mestra, não pude resistir à lembrança.