FRIGIDEZ

Meus olhos serão eternas poças d'água

A entornar no meu rosto amarrotado,

Marcas do tempo grande é a mágoa

De um destino sofrido e mal tratado.

Meus lábios são trêmulos, sem sorriso,

A chamar por alguém que não mais existe,

Encontro no silêncio o porquê de tudo isso:

Amei demais! Tornei-me triste, muito triste!"

É tarde para ser feliz. Também não quero

A vida que sem ele é uma morte lenta, devagar,

sem balbúrdia, sem resmungos, sem lero-lero;

É uma espera que a vela da vida venha apagar.

Desacompanhado está todo o meu pobre ego.

Adormecida está minha alta estima porque

A beleza me deserdou. Meu coração tornou-se cego

Diante o amargor que ficou ao perder você.

Dionéa Fragoso

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 14/03/2010
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