TALVEZ EU SEJA MESMO POETA
Talvez a minha poesia caminhe sozinha dentro das minhas próprias mãos.
Como cometa passe queimando o meu leito de sangue e nas horas outras burile a minha existência para contá-la.
Talvez a minha poesia navegue nas profundezas de meu mar e eleve-me de meu rio escondido jorrando ao mundo meu ser. (Secreta e inofensiva existência para os corações pouco afeitos aos sentimentos puros.)
Talvez meu abstrato tenha de real uma força tamanha que surpreenda o sensível leitor. Sua força deva constituir-se da necessidade de expelir meu vulcão interior repleto de amor.
Talvez eu seja mesmo poeta... Um eu-lírico em plena manifestação do sublime e da inexplicável força que impele-me a gritar através da poesia a necessidade de viver!