CADA POEMA É UMA ETERNA PARTIDA...

Talvez! Talvez o tempo dirá o porquê do meu completo abandono;

Da solitária História deste Homem que nasceu e vive como Poeta.

Talvez! Talvez na erma escuridão da madrugada de qualquer outono

Uma Luz chamará a mim para viver além deste Ser mensageiro do Profeta.

Talvez! Talvez a necessidade da palavra avance ao mar e perca-se solitária

- No infinito horizonte - sem voltar mais ao porto donde ela sobrevive.

Talvez! Talvez eu perca a inspiração um dia e seja minha voz diária

Sem o silêncio poético da alma que na ilusão da Vida e da Paz vive.

Talvez! Talvez eu encontre a minha resposta num poema e possa mudar.

O prumo da existência é além das fronteiras d'alma ou lá que é pleno?

Talvez! Talvez eu ainda tenha para Deus uma missão de este mundo desnudar.

Aonde chegarei ao ser pensamento, imaginação, sonho e não terreno?

Talvez! Talvez alguma sobrevivência maior soará meu destino incerto

E eu apresentarei a mim mesmo num tempo futuro minha própria identidade.

Talvez! Talvez meu poema de agora exista por ser semente dum mundo aberto

E que eu somente habitarei quando atravessar o limite desta realidade.

De certo mesmo, apenas posso dizer que coube à mim o destino de ser como Poeta

E certamente eu o acolhi desde que descobri ser eu mensageiro da Vida,

Dum Deus inexplicável aos olhos! Mas certamente em mim Vivo como Profeta;

Desenhando a realidade que traçou eu TER e SER na minha Eterna Partida...