Espinhos...

Sabe-se pouco da estrutura do tempo... Frases soltas que vêm das nossas bocas...
Tuas rimas... Minhas margens... Nosso mar em movimento... Ainda assim, faltam alguns dias no calendário submerso...
Sempre pouco... Mesmo que as horas ainda nem passem pelas badaladas...
Estradas...
Alguns arranhões do passado... Quebrados e jogados fora alguns cobertores...
E... Dos vales, algumas manhas.
Pode-se tudo nessa vida... Olhar com cores nos olhos... Amar ao infinito abrigo... Ser para o outro a magia e o precipício...
Saborea-se as delícias das frutas... Agridoce do teu suor com o meu... E as linhas são o tempero contra a monotonia do "eu"...
As imagens são claras... O pé na estrada... As ondas em disparada...
Lembrei-me do corte que ameaça a morte... O amor eterno, da boca, falado... Dos cuidados claros com o presente mais doce...
Assim, dita-se a vida... Com ares de poesia... Com o olhar sob a pele... Com o segurar firme das mãos... Dos passos que salteam os espinhos...

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Imagem: Josué Rodrigues Gomes (Rascunhomusical)