SUPERFÍCIE
Tão somente aflorando a superfície
Toque divino
Sopro e lamento
Quase prece
De lábios em murmúrio
Deslizam barcos sobre o espelho d’água
Dos meus pensamentos
Vão-se céleres
Brancos
Ligeiros
Até sumirem asas de garças
No azul do horizonte
Vão-se os barcos
Ficam-me os dedos
Desenhando acenos
Que se perdem
Nos espaços escuros entre as estrelas