Cem Pessoas

Aguardando numa fila de cem pessoas,

Assisto o tédio e a espera,

Sinto fome, sinto sono,

E não chega minha vez.

O celular vibra,

Continuo sentada.

Lembro dos amigos e familiares,

Das tarefas e do trabalho.

Ainda exercito a mente,

E me conforto, pois a fila acabará.

Coitado de quem espera,

Sem nem precisar de uma fila.

Essa se torna lenta e cruel.

Assiste ao desespero de ser inútil,

A ausência de planos,

Ao caminho que não chega.

Culpa?

Todos nós somos criminosos,

Uns constroem o funil,

Outros não têm espaço para organizá-lo.

Veronica Ribeiro
Enviado por Veronica Ribeiro em 12/03/2010
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