Cem Pessoas
Aguardando numa fila de cem pessoas,
Assisto o tédio e a espera,
Sinto fome, sinto sono,
E não chega minha vez.
O celular vibra,
Continuo sentada.
Lembro dos amigos e familiares,
Das tarefas e do trabalho.
Ainda exercito a mente,
E me conforto, pois a fila acabará.
Coitado de quem espera,
Sem nem precisar de uma fila.
Essa se torna lenta e cruel.
Assiste ao desespero de ser inútil,
A ausência de planos,
Ao caminho que não chega.
Culpa?
Todos nós somos criminosos,
Uns constroem o funil,
Outros não têm espaço para organizá-lo.