PAREDES AVESSAS

Antessala da consciência, antes do fim, no avesso de mim
resta um imenso vazio, nas sombras do absurdo, circula o ar frio
Somente paredes acinzentadas, palavras surtadas...
entre espadas afiadas da desilusão,
nas navalhas conturbadas da frustração,
entre espasmos dispersos da paixão
Percorro os corredores, cravados estão os temores
marcas das mágoas guardadas, das lágrimas transbordadas


Caminho no escuro dominante
até que no final, surge uma luz distante
a esperança moribunda ansiando por loucura
o sorriso tímido....mero reflexo da alegria dispersa
das vontades expressas de um querer inconsequente
sentimentos que dão asas a ilusão, caminhos distintos deste coração


Permeio as teias de minhas insanidades
vou tateando um vestígio da verdade
encontro lembranças perdidas, gotas de saudades sentidas
mudam os tons, reagi os sons...
Enfim encontrei...a saída do obscuro,
do labirinto insensível, deste avesso de mim
Agora jaz colorido, dei ponto ao infinito irrestrito
apartei de mim o mal...me desfiz do banal...deu-se o fim!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 12/03/2010
Código do texto: T2134901
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