Contentamento

Ao acordar, na cabeceira, o encontro

Com o velho novo livro ainda aberto

Marcando o caminho percorrido

Desde a noite anterior dormindo comigo.

Abro a janela, o sol penetra em meu olhar

Traz-me o entusiasmo juvenil que preciso e peço

Dos sonhos e do pijama me despeço

Moroso, desço ao terraço.

Lá embaixo, o jornal e o cachorro em seu laço

E, com ele atinjo a verdade que o jornal me faz esquecer

Vou ao banho me aquecer e escolho uma canção a dedo

Percebo um conforto pago, é a sensação da água morna irrompendo meus medos.

Enfim, calço os sapatos e vou ao trabalho...

Lecionar, viajar, fazer amigos e cantar, o que se há de fazer?

Escrever, plantar, publicar e colher provisões

Diletante, dedico-me ao magistério das reflexões, das esperanças

E, aos idealistas e sonhadores famintos

Transmitir o saber, temperanças e emoções que só eu sinto.

*Baseado em: “Prazeres” de Bertold Brecht (1898 - 1956).

Marciano James
Enviado por Marciano James em 12/03/2010
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T2134619
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