CÓPULA (em azul, preto ou vermelho)
Uma folha de papel
geme de prazer
vai ao céu
quando a ponta da caneta
a acaricia
num vai-e-vem frenético
traçando cavidades e reentrâncias
desenhando letras de gozo.
Ela chupa
a tinta
lambuza-se,
seja de azul
ou de preto
ou de vermelho
em hieróglifos melados
de sonhos velados
agora transcritos.
E a caneta – falo
com o papel – vulva
copulam
gerando versos
obrigando o prazer
a falar mais alto.