O poema de amor dopado

Eu vou escrever com estilete

em seu corpo adormecido

um poema de amor doente

que de tão inconveniente

constrange a gente mais esmorecida

e ruboriza as mães de família.

Eu vou pronunciar seu nome

com tamnha força e violência,

que os vidros dos prédios irão cair

se espatifando no chão.

Sua casa, sua loção pós barba,

seus anti-depressivos, seus livros,

são parte de um mundo trancado

encerrado num baú, no passado

esperando um resposta que diga:

"quanto tempo dura um coração partido?"