nosso necessário silêncio
se o silêncio
foi a entidade primeva
calar-me é retornar
à minha matéria pura
...então durmo
mas calando em sono
não sinto
de forma tão evidente
a ausência do meu eu plástico
enquanto durmo
que saudade
dos sonhos de sépia e mofo
de quando eu era anjo
e arcava-me, supria-me, sustenia-me
enquanto dormia
hoje é cinema elástico
é areia no olho
da noite me perco
no pecado de sonhar fogo áspero
nessas noites sem sol
eu
o lunático da manhã
leio a mensagem da mulher
e sigo meu caminho
de sonho de vivo éter.