Poema sem pretexto I
Nas vagas da bruta espuma
Em que a queixa cogita nua,
Sem sonhos em que se coaduna
Vaga a incerteza da lua.
Sem mais parecer-se vária
No imenso céu em que flutua.
Distante é cor de prata
A imensidade da lua.
Aqui na terra deixa um rastro,
Lá no céu um simples enlevo
De luz no canto sentido e gasto.
Aqui na terra tudo é segredo,
Pois sua essência de dor vazia
Esconde na luz o imenso medo.
*Este poema está no meu livro À MARGEM DO IMPOSSÍVEL