Tédio

na rota de teu perfume
sigo
e não saio imune

sei que não obstante
o perigo
é ambulante

pode estar na esquina
ou no opaco
em tua retina

teu olhar é meu mirante
marco
de um só instante.

vejo aquarelas d'alma
e em teu rosto
águas calmas

penso-me longe da dor
ao gosto
do acelerador

eis que reecontro a rotina
à mercê
de uma buzina

a voracidade dos prédios
prevê
meu retorno ao tédio!



Elane Tomich.
Curitiba, 01 / 2000