Ao Passar Pela Ponte
Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,
as águas pareciam vivas, e de calmaria eram feitas.
As ondas diziam umas para as outras em silêncio:
“Não sei de onde vim, nem para onde vou,
com certeza aqui existo, aqui eu sou!”
Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,
as águas pareciam vivas, e de calmaria eram feitas.
Eu dizia a mim mesmo em silêncio:
“Eu sei de onde vim, eu sei para onde vou,
com certeza aqui existo, com certeza aqui eu sou!”
Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,
As águas pareciam turvas, e de barro eram feitas.
Eu escutava uma voz de longe que dizia:
“Perdi minha casa, perdi minha vida,
Não sei pra onde vou, para torná-la esquecida!”
Ao passar pela ponte, um raio acertou a água,
as águas pareciam ouro, pelo sol lá de cima.
Eu nada escutava, nem de longe se ouvia.
Porém, de fato eu dizia, sem verso nem poesia:
“Nada sou, nada sei, estar longe era o que eu queria”