Ao Passar Pela Ponte

Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,

as águas pareciam vivas, e de calmaria eram feitas.

As ondas diziam umas para as outras em silêncio:

“Não sei de onde vim, nem para onde vou,

com certeza aqui existo, aqui eu sou!”

Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,

as águas pareciam vivas, e de calmaria eram feitas.

Eu dizia a mim mesmo em silêncio:

“Eu sei de onde vim, eu sei para onde vou,

com certeza aqui existo, com certeza aqui eu sou!”

Ao passar pela ponte, naquele dia, naquela hora,

As águas pareciam turvas, e de barro eram feitas.

Eu escutava uma voz de longe que dizia:

“Perdi minha casa, perdi minha vida,

Não sei pra onde vou, para torná-la esquecida!”

Ao passar pela ponte, um raio acertou a água,

as águas pareciam ouro, pelo sol lá de cima.

Eu nada escutava, nem de longe se ouvia.

Porém, de fato eu dizia, sem verso nem poesia:

“Nada sou, nada sei, estar longe era o que eu queria”

Adriano Luis
Enviado por Adriano Luis em 10/03/2010
Reeditado em 23/03/2010
Código do texto: T2131128
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