SÚPLICA
SÚPLICA
Inspiração,
a ti dirijo-me
toda vez que o sorriso fecha,
a brisa se esconde entre a neblina
e o poema fica travado.
Imploro-te
por um cheiro de guirlandas,
pela cor quente da canela
e por um verso em Ré Menor
que me faça lembrar Beethoven
em sua nona Sinfonia.
Suplico-te:
quando eu for digna desse momento,
que ele seja humilde feito o beija-flor
e grandioso como o entardecer.
Mas que eu esteja lá – em transe –
e nem perceba que a lágrima
às vezes pode ser doce.
Basilina Pereira