VISÃO DA CHUVA
Olho a chuva que cai
Uma visão que me aperta, me alerta
Uma coisa esquisita, como se fossem
Vidas que há muito se foram
E voltam para uma visita.
Vidas que saciam um espírito solitário
Vidas transformadas em gotas reedificantes
Alucinado pela imagem de uma eternidade mutante
Deixo a chuva crescer em meus sonhos
Lembrar invisíveis amigos que fiz ,
presentes na minha história.
Vejo a chuva não mais como chuva
Como corrente indestrutível, elos de uma lembrança.
Viajando na solidão de uma manhã chuvosa
Percorro as dúvidas que atemorizam a terra
Por que não a chuva como resposta
Como palavra inquieta, sem doutrinas
Uma inexplicável fonte de aprendizado
Pela observação de nossas indiferenças
Por tudo que nos cerca e que nada nos parece.
Olho a chuva que cai, rodeada de ventos e trovões
Uma chegada triunfante e gloriosa
De quem foi no silêncio, buscar as respostas,
Que desde o primeiro choro, trazemos no coração.