CINZENTO

CINZENTO

Joyce Sameitat

Sei bem que por trás deste céu tão cinzento;

O sol como sempre não para nunca de brilhar...

Meu coração esperançoso ao sabor do vento;

Tenta acima das nuvens em sonhos o achar...

Meu ser está esfumaçado por esta neblina;

Que ronda toda natureza entra dia e sai dia...

Olho embaixo procurando ver lá em cima;

Pelos meus sonhos que voam com ousadia;

Na luminosidade dele que me é parte integrante.

O colorido por aqui está todinho embaçado...

Ainda bem que restam folhagens verdejantes;

Para quebrar um pouco este tom acinzentado...

Por dentro eu sou incógnita que quer enxergar;

O que eu própria carrego mas de luz preciso...

Sou então passageira dos sonhos só a viajar;

E neles as minhas cores sem querer persigo...

Elas são meu encantamento e razão de viver;

Porquê vivo as desfragmentando em pensamento...

São elas que fazem a minha alma suave chover;

E aspergi-las sonhadora como cristais ao vento...

Quero ver também da noite o céu estrelado;

Com a lua me encantando em sua passagem...

Sentindo em minha pele seu luar prateado;

Que bem lá no fundo é o que me dá coragem...

De poder dizer ainda que o mundo é encantado;

E ter esperanças de que tudo pode mudar...

Ficar sem minhas cores é como que atentado;

Contra minha alma que quer se extravasar...

Mas só pode tropeçar neste tom acinzentado!

São Paulo, 30 de Janeiro de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 09/03/2010
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